sexta-feira, 19 de junho de 2009

Reflexão sobre Jornais impressos e Internet

Qual será o futuro dos Jornais Impressos?

Quando em 1447 Guttenberg inventou a imprensa, ele estaria longe de imaginar que alargaria a capacidade de aprender, de dialogar e imaginar das pessoas, deixando estas de serem súbditos da informação governamental para se tornarem em cidadãos informados sobre o mundo que os rodeia e escolher os seus próprios caminhos.

Com o aparecimento da rádio pensou-se no fim dos jornais, com o aparecimento da televisão pensou-se no fim da rádio, contudo ainda hoje todos existem, uns com mais dificuldades que os outros é verdade, mas existem. Porém é um novo meio de comunicação, a Internet, que vem realmente pôr em causa os jornais de papel, pelo simples facto de este novo media ser mais rápido e ter uma capacidade esplendorosa de abranger globalmente um indeterminado número de pessoas. Contudo todos os meios de comunicação social inventados e que até hoje nos chegam, não passam de meras imitações da base de todos os media: a imprensa.

Locutores de Rádio, apresentadores de televisão e cibernautas, não são mais do que imitadores, por vezes de pior qualidade, do que os jornalistas de respeito e profissionais idealizam e aplicam nos jornais. A única diferença entre estes 4 meios de comunicação social está nas técnicas necessárias que cada meio exige: em rádio é preciso saber colocar a voz, em televisão é preciso lidar com câmaras e saber estar perante delas, na Internet é necessário saber utilizar as suas ferramentas, desde blogues a sites passando pelas redes sociais como o hi5 e o facebook. E finalmente na imprensa é necessário saber manusear a escrita.

Apesar de a base ser sempre informar, com o surgimento da Internet os jornais em papel deixaram de fazer sentido para muitos. O assunto é controverso mas já há quem afirme que os jornais impressos têm os dias contados, pelo simples facto de que a Internet permite o acesso imediato á notícia e informações em tempo real. Ou seja, a instantaneidade da Internet, cujo objectivo é informar o mais rápido possível. A imprensa tornou-se num produto velho, fabricado de maneira antiquada e cuja lentidão é comparada á de um caracol se formos pôr lado a lado imprensa e Internet.

A chamada Era Digital chegou, é um sistema que combina comunicação e lazer, onde todos os assuntos poder ser empacotados e ordenados para viajarem pelo mundo á velocidade da luz, desde filmes de hollywood até á conta bancária de alguém. A grande vantagem em relação aos jornais em papel, é que na Internet existe demasiada informação que passa pela fotografia, vídeo, som e chegam a nossa casa através do nosso computador pessoal a uma grande velocidade.

Contudo nem tudo é bom na Internet e nem tudo é mau na Imprensa, e a diferença encontra-se no tratamento do conteúdo informativo. A notícia que lemos num jornal em papel é um produto acabado e definido, podemos relê-la, sublinhar conceitos, reflectir sobre ela, mas nunca manipular ou transforma-la. Já a notícia que chega ao nosso computador é apenas um indício daquilo que o utilizador pode ainda vir a descobrir. A partir do que nela se conta o utilizador pode pedir detalhes sobre a informação, procurar fotografias e vídeos, para realizar por exemplo estatísticas por sua conta ou uma notícia mais aprofundada. Poderemos dizer que o bom e velho jornal de papel é o meio mais confiável para se manter bem informado.

Não é de admirar que a Internet tenha transformado o Jornalismo e os meios de comunicação social, desde as rotinas jornalísticas de informação até ás formas e formatos de difusão da informação do produto jornalístico. Porque cada vez menos se compra jornais, estes decidiram lançar-se na Internet criando sites informativos sobres os seus jornais. Inicialmente as primeiras edições online limitavam-se a transcrever aquilo que faziam na versão em papel, só mais tarde se aperceberam o potencial da Internet, introduzindo funcionalidades próprias do meio digital e criando novos serviços apenas possíveis através da Internet. Os jornais online possibilitam ao utilizador ser Leitor, Ouvinte e Telespectador ao mesmo tempo, produzindo informação de cariz noticioso utilizando uma linguagem constituída por palavras, sons, imagens e vídeos.

Porque a busca de informação é a principal razão pela qual as pessoas acedem á Internet, os jornais impressos tem perdido para os jornais digitais, por exemplo como já referi, o caso do jornal português "O Público" que tem maior número de visitantes no seu jornal online do que compradores de jornal em papel. Levando a que os jornais online restrinjam certas e determinadas matérias apenas a assinantes do jornal.


Mas os jornais impressos ainda existem, são portáteis e manuseáveis. As marcas da tinta, o formato e qualidade do papel, o simples folhear, o cheiro peculiar do jornal, as folhas que nos protegem do sol, serão sempre motivações para que o leitor compre o jornal. Mas o essencial é que o excesso de informação e abuso de documentação que a Internet oferece, faz com que a imprensa escrita na sua forma tradicional seja indispensável, pelo simples facto de que ali sabemos que há veracidade, trabalho árduo e credibilidade.

O jornalismo digital ainda tem muito que desenvolver, o hipertexto, a interactividade, o acesso a bases de dados, o áudio, o vídeo, a animação, os canais de comunicação com os utilizadores, ainda escassas as experiências no jornalismo digital. Mas não deixará de fazer parte do futuro, e hoje a Internet é um auxiliar indispensável em qualquer redacção.

Podemos ainda nos inquietar pelo Futuro da imprensa escrita, reconhecendo que existe outra não-escrita que pertence ao mundo do jornalismo e dos meios de comunicação, contudo nunca esquecendo que foi dos jornais impressos que tudo começou, e se estes deixarem de existir, que ao menos estejam presentes digitalmente na Internet para que a arte que é o jornalismo prevaleça acima de tudo.

Sites a Visitar:
10 passos para salvar os jornais impressos
Vãos os jornais regionais acabar daqui a 5 anos?

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